Acredito que eu não vá
conseguir dormir sem esse desabafo aqui, então vamos adiante.
Também gostaria de
mencionar que esse texto aqui não é uma indireta para alguém em
particular, pois refere-se a um comportamento comum entre várias
pessoas.
Antes de mais nada,
gostaria de dizer o que me motivou a vir aqui escrever isso, uma
mistura de um desabafo com uma análise crítica do porquê acredito
que aconteça tal coisa. O fato intrigante é: ser ignorado pelas
pessoas quando você as procura online, em comunidades como Facebook
ou Orkut. Após vários meses em tentativas frustradas de comunicação
com as pessoas, fui levado a me expressar através desta postagem.
Eu acho incrível a
quantidade de pessoas, e na vasta maioria dos casos, brasileiros, que
simplesmente deixam você na mão quando você se dirige a elas
online, nem que seja para responder um simples “Olá, como vai?”
A queixa não é porque isso acontece uma vez e eu fico intrigado,
mas sim porque isso acontece diversas vezes, para uma mesma pessoa,
às vezes fica-se dias ou semanas, e mesmo procurando as pessoas mais
de uma vez neste período, elas não te respondem, e porque não
querem. Isso fica evidenciado quando você vê, durante todos os dias
em que aguarda uma resposta, as pessoas em questão ficam postando,
muitas vezes, pura abobrinha para todos os lados nos murais de outras
pessoas, ou seja, você sabe que elas estão online, ativas, dia após
dia, então nem é possível engolir delas que não responderam por
falta de tempo.
No meu ponto de vista,
é mera questão de educação, se alguém dirige a palavra a você,
você de alguma forma retornar a ela, mesmo que seja na manifestação
de que não sente afinidade com tal pessoa e a preferiria deixá-la
de lado, algo que não é possível adivinhar quando a única
resposta que se recebe é o silêncio.
Há um princípio
básico, dá até pra chamar de lei da natureza: aonde há uma
pergunta, uma resposta é esperada. O quão impossível será
entender isso? As pessoas se escondem, fingem não ver, ignoram,
tratam a atenção que as pessoas as dirigem como algo sem
importância, como se fosse um bocejo, aquela coisa que acontece, nós
vemos, e ignoramos, por não ser absolutamente nada de importante.
O que às vezes chega a
ser revoltante nestas situações é que quando você insiste em ir
atrás das pessoas, elas se irritam, acham que você está sendo
chato, enchendo o saco ou coisa do tipo. Expressam suas idéias como
se elas estivessem corretas e você fosse um impertinente. Agora,
quem está certo em uma situação como essa? Você vai atrás da
pessoa, você demonstra se importar com ela (senão não iria atrás
p@#$%), às vezes compartilha com ela assuntos do interesse delas, e é
constantemente ignorado, às vezes por pessoas de relacionamento
saudável quando diretamente, e no final, após tamanha demonstração
de interesse pela pessoa você é transformado em vilão, é recebido
com pedras na mão, será que isso é justo? Não seria mais fácil,
se eu não significo nada no perfil de tal pessoa, porque não me
remove e pára com tal palhaçada?
Hoje eu abordei
superficialmente o assunto com uma pessoa muito querida, ela me disse
que é normal se decepcionar com as pessoas quando você tem
expectativas para com elas. Bom, ela não me disse novidade alguma,
embora eu não tenha dito a ela que saber disso pra mim não
justifica a falta de educação mínima das pessoas online.
Eu cheguei a comentar
com ela uma vez, um teste que fiz no Orkut, eu passava no perfil de
uma pessoa, inclusive uma com a qual tinha um bom relacionamento
diretamente, e passava lá para cumprimentá-la e saber como ela
estava (acho que tinha alguma coisa a mais no scrap). Eu lhe disse
que a cada mensagem que mandava, ao lado, eu mandava um contador,
algo parecido com “Olá, tudo bem?” [1]. Na segunda vez,
obviamente o número seria [2], e assim por diante. Eu fazia isso ao
longo de umas 2 semanas, obviamente não todos os dias para dar tempo das pessoas responderem, muitas vezes vendo que a pessoa estava
online, participando em outros lugares, e não respondendo por
falta de interesse mesmo. Quando chegava no [4], eu mandava um texto
adicional, informando que aquela seria a última vez que a
procuraria, e se tivesse uma quinta vez, iria aparecer apenas para
informar que estaria removendo tal pessoa do perfil por um motivo
muito simples: ser ignorado de forma constante!
Confesso que isso
aconteceu foram 2 vezes, cheguei na quarta vez com 2 pessoas, e após
o aviso (alguns vêem como ameaça) de que na próxima vez seriam
excluídos do meu perfil, vinham chorosos dizendo “desculpa, andei
muito ocupado...” e eu pensava comigo mesmo “vai mentir lá na
caixa prego, pois tempo pra baboseira você tem”.
Ainda referente a esta
querida amiga, quando lhe contei sobre os contadores, ela disse pra
mim que isso era terrorismo da minha parte. Terrorismo? Ser ignorado
pelas pessoas de forma constante e dizer isso a elas, informando o
que é justo, remoção de perfil, pode ser encarado como terrorismo?
As pessoas são um mar de descaso com você e ir atrás delas revelar
isso deve ser tratado como terrorismo? O contador serve apenas para
revelar o quão displicentes tais pessoas são. Ela chegou a dizer
“se eu não quero responder uma pessoa, eu não respondo”, e
muitos fazem isso, dando a idéia de que não há obrigação de
fazer isso. Bom, obrigação é claro que não existe, mas será que
não há algo errado nisso aí, deixar uma pessoa falando sozinha com
constância? Qual seria o nome disso se fosse fora do Facebook? Eu
vejo que responder as pessoas que nos procuram como mera questão de
educação, salvo quando realmente não se tem tempo pra isso, será
que alguém discorda disso?
Eu expliquei a ela que,
comigo, quando tal coisa acontece, ser ignorado com frequência, eu
sou automaticamente levado a pensar que há alguma coisa errada entre
eu e a pessoa, ela deve estar com o pé atrás comigo por alguma
razão, e o pior é que não fala comigo pra eu conferir se sim ou
não.
Confesso que perdi a
conta de quantas foram as coisas que enviei/compartilhei com ela e
passei longe de ter o retorno esperado, muitas vezes sem retorno
algum. Contudo, disse a ela que ela é a única pessoa que eu tolero
isso no momento, por gostar muito dela, por saber que ela é bem
ocupada, teve alguns problemas de internet em sua casa nas últimas
semanas, tenho contato em pessoa com ela e sei que as coisas andam
bem entre nós, e por último, por não enxergar ela como uma usuária
assídua de internet, que faz usos dos recursos, por exemplo, que o
Facebook oferece como são esperados, a citar o uso de mensagens
privadas, pois aquilo não é canal de comunicação de uma via só.
Acredito que talvez, talvez eu disse, ela entre no grupo em que eu
classifico como o dos descompromissados da internet.
Eu gostaria muito que
essas pessoas entendessem que elas não estão conversando com a
internet, mas sim com pessoas. Gostaria que elas lembrassem que
pessoas têm expectativas, quando elas falam, elas esperam alguma
coisa de retorno, na vasta maioria dos casos. Quando há uma pergunta
então, é mais do que óbvio que uma resposta é esperada. Seria bom
que elas soubessem que há quem se fruste com tamanha falta de
educação, ser ignorado com constância, coisa básica do ser
humano. A exemplo do meu caso, como citei, se estes eventos acontecem
com constância, e eu vejo que não é por falta de tempo pois há
tempo suficiente para assuntos sem nexo em murais pra todo lado, eu
sou automaticamente levado a pensar que há algo errado entre eu e a
pessoa, isso me incomoda, e é do meu perfil ir atrás pra saber o
que acontece para que seja resolvido, sem jamais permanecer na
palhaçada de negligência constante.
O que eu enxergo como
causa deste problema é o fato das pessoas, muitas delas, quando em
uma comunidade de relacionamento por exemplo, serem totalmente
descompromissadas para com qualquer assunto que seja sério ou
formal, utilizando o ambiente como um refúgio longe de compromissos,
podendo desfrutar de um lugar geralmente difícil de encontrar na
vida real, uma “casa da mãe joana”. Estas pessoas não enxergam o Facebook como um site de relacionamentos, mas sim como um parquinho de diversões onde participam apenas dos brinquedos e das brincadeiras que lhes interessam, não estão lá pra se relacionar, se comunicar, mas pra se divertir com o que lhes interessam dependendo do tipo de dia que estão tendo.
As pessoas sentem-se à
vontade pra dizer coisas do tipo “vou no banheiro”, “amor, eu
te amo, volta logo”, “aí, eu estou tão triste hoje”, “acho
que vou comprar um carro”, etc. etc. etc. juntamente de um monte de
coisa inútil, expressões momentâneas de pessoas que não estão
fazendo nada de importante e jogam isso no ar para ver com o que as
outras pessoas complementam. Piadas para todos os lados, uma curtição
enorme de fotos, frases prontas que são copiadas de um lado pro
outro, sobre religião, amor, ser feliz, futebol, etc. etc.
Diante de um ambiente
como esses, creio eu, a vasta maioria das pessoas sentem-se em um
ambiente longe de formalismos e coisas sérias, havendo pouca
apreciação quando tais manifestações ocorrem, e se passa a
ocorrer com mais constância, você é visto como uma carta fora do
baralho, uma pessoa chata, e outras coisas mais, só porque não
entra no mesmo bonde da inutilidade da maioria.
O que eu canso de ver,
no meu caso, é simples frases como “Olá, tudo bem?” sendo
tratadas como porcaria nenhuma diante de diversas baboseiras sem
sentido para as quais as pessoas encontram tempo. Este exemplo do
“Olá, tudo bem?” é só um exemplo simplório, às vezes há
muito mais conteúdo que isso. O que passa na cabeça de tal pessoa
quando vê uma mensagem nova, lê, e larga pra lá? Será que é
demais a minha atitude, sempre verificar quem se comunicou comigo e
cuidar pra não deixar ninguém na mão, retornando a elas assim que
possível? Será que eu estou fazendo demais? Eu sou o chato? Será
que ter atenção para com você (você mesmo) é crime? Ah, é mesmo, o nome disso
é compromisso, responsabilidade para com as pessoas, mas o Facebook
e a internet não é lugar pra isso não é mesmo? Você que afirma
que sim o faz apenas porque você não é vítima disso... Eu jamais
me esqueço que estou me relacionando com pessoas, reais, elas são
como eu, e merecem atenção devida.
A internet e tais
comunidades tornaram-se um excelente meio de comunicação para
aquelas pessoas com as quais a vida tratou de separar, um meio de
manter amizades ativas quando a distância prevalece. Aí fica no ar,
se não há comunicação com tais pessoas nem pela internet, com
ambas adicionadas no perfil de cada uma, como manter um
relacionamento? O Facebook seria uma comunidade de relacionamento ou
um parque de baboseiras? Eu enxergo que sim, é para as pessoas não
se perderem de vista, incitar a comunicação, manter amizades e etc.
pois afinal, estamos lidando com gente, o que é que muda com relação
a vida fora da internet? Eu continuo sendo o mesmo dentro e fora do
Facebook, falo na comunidade online de coisas reais, então porque
receber tratamento diferenciado quando em um local e quando no outro,
e pior, oriundos da mesma pessoa? Tem nexo isso?
No meu ponto de vista,
a grande noção de descompromisso na internet faz com que as pessoas
lá compromissadas passem por situações como a minha, e não, não
vejo ser demais da minha parte cuidar para que a sua mensagem, a de
seu amigo, e de outras pessoas, não sejam jogadas no lixo,
especialmente se você importa pra mim. Se eu te procuro, bato nesta
tecla contigo, tenha a certeza que é porque me importo contigo,
senão teria largado mão de ti de uma vez. É muito ruim tentar
fazer tudo isso por você e ser tratado como vilão da história, um
cara chato, por fazer o quê? Por te procurar e mostrar que você tem
valor...
O interessante é que
não passo por tal problema com constância com os meus contatos do
exterior. Eu mantenho amizades há anos por email e tais comunidades,
lugares como China, Tailândia, Polônia, etc. e não costumo ver
esta falta de compromisso com as pessoas... será que é coisa de
brasileiro mesmo?
Alguém poderia pensar
“meu, você esquenta demais com essas coisas...”, aí eu falo “tá
vendo como você não tem compromisso com as pessoas ou não vê isso
como importante?”; outro “eu não vou ficar esquentando minha
cabeça com Facebook que nem ele”, e eu retorno “eu não estou
esquentando com o Facebook, eu estou é dando atenção pra você que
não enxerga isso”; "você leva Facebook muito a sério!", e eu digo "errado, pois o que eu levo a sério são as pessoas, ou será que você não merece"?
Eu jamais vou pensar
que dar a atenção que você merece seja um erro da minha parte,
pois o erro talvez seja esperar a mesma atitude de um monte de
pessoas que não compartilham da mesma linha de pensamento que a
minha. Contudo, lembre-se, um dia pode ser você a vítima, de
repente é até alguém que você gosta que venha a te tratar com o
silêncio, alguém com a qual você gostaria muito de conversar, a
internet seria o meio mais viável, porém... quem sabe a partir daí
você não comece a pensar mais nos outros.
Por último, uma
preocupação minha, exatamente com a estimada amiga que citei acima.
Nossa comunicação verbal vai muito bem, embora ela não ocorra
tantas vezes como eu gostaria. A partir do ano que vem, acontecerão
algumas mudanças em sua vida que tendem a afastá-la de mim,
diminuindo e muito a comunicação verbal que é muito boa. Aí eu
pergunto, se a comunicação via internet é extremamente ruim, não
há retorno de praticamente nada que se comunica, como manter
contato, ter as agradáveis e produtivas conversas, manter a chama da
amizade acessa nos momentos onde a distância impera? Sinceramente,
se fosse hoje, pela lógica, estaria tudo no limbo, não teria mais
contato com ela nem em pessoa (salvo alguma ocasião excepcional) e
nem pela internet, sendo o telefone um recurso um pouco limitado
também. Aí eu pergunto? É demais da minha parte se preocupar com
isso? Se fosse com você, seria demais dirigir esse nível de atenção à pessoa estimada? Eu curto demais ela, é uma pessoa um pouco diferenciada da
maioria que conheço, consigo ter conversas que geralmente são
difíceis de abordar com a maioria das pessoas, eu me importo com ela
e não gostaria de perder isso. Claro, estou apenas fazendo a minha
parte, isso é o típico do exemplo onde os dois têm que “mover
seus pauzinhos” para não se perder o que se conquistou de valor,
estou tentando garantir a minha parte, e isso inclui sim a utilização
da internet, e por que não, o Facebook? Acho uma pena que hoje a
utilização da internet por ela seja tão ineficaz, neste sentido,
para mantermos contato, e de repente conversar até as coisas que não
dá tempo de abordar em pessoa. Apesar de tudo, eu entendo, ela
provavelmente não vê e não enxerga o uso de internet como meio de
comunicação da mesma forma que eu, assim como muitas pessoas, então
isso faz com que eu prossiga me questionando sobre como será o
amanhã entre nós...
Não sei quantos se
identificam com a minha situação, passam por algo similar, etc.
Isso acontece comigo com várias pessoas, inclusive com aquelas com
as quais meu relacionamento é muito bem em pessoa. Felizmente, ainda há um bom número que se comunica devidamente comigo (mostrando um mínimo de educação para com a atenção que lhes é dirigida). Seria
interessante ver outras opiniões sobre o descaso das pessoas na
internet, pois duvido que isso ocorra apenas comigo. A postura que as
pessoas assumem online pode ser um assunto pra muita discussão, para
quem estiver disposto, independente do meu caso em particular, há um total descaso, muito desdém, só porque não se está diante das pessoas, cara-a-cara.
Vejo que a web veio
forte para a nossa vida, e veio pra ficar. Será que fazemos o
correto uso delas para nos comunicarmos com as pessoas que importam
pra nós, seja no lado pessoal ou profissional?
A vida segue, vou
tentar não esquentar tanto com isso (sempre esquento quando as
pessoas envolvidas importam pra mim), e vamos adiante.
Abraços!
O limbo era previsto, e de fato aconteceu, não há mais contato entre nós hoje (com a ex-amiga citada acima).
ReplyDeleteA pessoa não se comunica nem quando a procuramos, ficamos sem saber se não há retorno porque é "avoada", está com o pé atrás com você, ou quer que você se dane mesmo. Não há como adivinhar, e eu ao menos não suporto tal atitude do ser humano, querer mostrar alguma coisa através do silêncio. O silêncio tem múltiplas interpretações, e sempre ficamos sem saber a verdade.
Não apenas por causa da falta de comunicação acima citada, mas por outras razões também, descobri que não tinha amizade de verdade com ela, tudo era ilusão, acho que o máximo que daria pra dizer é que o que ela tinha comigo era educação, na maioria das vezes. Ela não tem qualificação pra ter amizade comigo, mas por que está desqualificada? Simples, por falta de interesse! Ela está tão enormemente "vidrada" da idéia de liberdade para a vida dela que ir questionar tal falta de interesse muito provavelmente seria visto como cobrança, ameaça a tal liberdade, liberdade até de largar quem se importa com ela pra escanteio.
A solução é: importe-se com quem se importa com você, ponto! Por maior que sejam nossos esforços e dedicação para manter em nossas vidas as pessoas que gostamos, no final, são elas que escolhem se querem ficar ou não. Já gastei muita energia com ela, já disse e fiz muito, e nada foi da boca pra fora como as muitas coisas que ela me disse, fomentando a falsa idéia de que ela era uma amizade de verdade. Da minha parte, não há mais nada a ser mostrado, trabalho feito. Seguirei adiante, dedicando-me para com quem realmente se importa comigo e aprecia o meu mundo.
Uma das coisas que ela disse que faria era vir até este blog? Será que realmente o fará? Bom, eu já perdi as esperanças, mas caso venha, se for esperta, vai descobrir que eu estou falando dela... Ela deixou um ponto de interrogação na minha vida, e como eu não suporto terminar os parágrafos do livro da minha vida desta maneira, fiz questão de colocar o ponto final, pois desta maneira, tenho certeza do que é e do que não é.
Chega deste assunto agora. Esta postagem foi excepcional, assuntos pessoais, com uma pitada de algo que foge disso, válido para o ser humano como um todo, pois muitos realmente não têm compromisso algum na internet para com seu semelhante, e isso frustra também. Felizmente, há um bom número diferente, que te trata com o mínimo de respeito na internet, nem que seja para retornar um “Oi, tudo bem?”, que até cego enxerga que isso é demonstração de valor para quem está ouvindo/lendo, seja na internet ou fora dela.
Abraços!